Universidade federal na Zona Leste: antes que um aventureiro lance mão
Após anos de luta e mobilizações quase anônimas a universidade federal
na zona leste está mais perto de se tornar uma realidade. Nesse sentido
se faz crucial algum resgate sobre parte dos passos que foram dados
nessa direção antes que aventureiros, com pretensões eleitoreiras, se
comportem desastradamente como supostos pais de criança.
Agora, no dia 18 de agosto, a partir das 9 horas da manhã está previsto
uma concentração em frente ao antigo prédio da Gazarra, na Avenida Jacu
Pêssego, 2630, Itaquera para uma espécie de celebração da tão aguardada
etapa do depósito feito pela Prefeitura de São Paulo referente a
aquisição do terreno que se transformará na universidade e que terá, a
posse, que ser repassada ao Ministério da Educação, do governo federal.
Aguarda-se a presença da presidenta Dilma Roussef, do ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab,
de parlamentares, dos principais ativistas da luta pela universidade e
da população.
Antecipando-se a possíveis comportamentos equivocados
de parlamentares ou eventuais candidatos nas próximas eleições
municipais ainda este ano, vale fazer algumas considerações.
A
primeira delas diz respeito a afirmar em alto e bom som que cabe
retroagir pelo menos uns 25 anos atrás para encontrar uma forte
movimentação popular na zona leste pleiteando uma universidade pública
na região. Alguns parlamentares estiveram, sim, envolvidos e citar
apenas um nome pode melindrar outros. Lideranças como o Padre Ticão e
outros agregados daqueles tempos de Teologia da Libertação poderiam ser
citados. Militantes organizados no Partido dos Trabalhadores, então
incipiente também. Posso afirmar: eu estava lá.
Saltando no tempo e
no espaço. A chegada da Universidade de São Paulo, na versão Leste tem a
ver com esse processo e essas lutas. A Fatec na Avenida Águia de Haia,
onde estava previsto pelo então governador Mário Covas um Centro de
Detenção Provisória foi outra entre as ações por ensino público de
qualidade para a região. No mesmo período, registre-se, o governo
estadual implantou outras unidades na Zona Leste.
Saltando ainda
mais no tempo e no espaço houve um tempo em que um balde de água fria
estava sobre nossas cabeças. Em março de 2010, o Fórum para o
Desenvolvimento da Zona Leste - FDZL realizou importante seminário nas
dependências da Fatec - Águia de Haia para discutir a relação entre o
ensino superior e o desenvolvimento econômico na região com algumas
preocupações entre as lideranças. Na ocasião quem tinha as chaves do
cofre sustentava a impossibilidade da universidade federal vir para a
zona leste.
Foi nesse dia que o professor Paulo Augusto de Lima
Pontes, um dos membros do conselho de entidades da Unifesp, que decide
sobre se; como e quando uma universidade federal seria criada, lembrou
de certa resistência em instalar uma unidade na Zona Leste. Nem mesmo o
apoio do então ministro de Educação, Fernando Haddad e da possível
disposição do prefeito Gilberto Kassab na instalação da unidade era
garantia e não estavam comovendo o conselho, insinuava o representante.
Essa impressão foi o suficiente para acirrar os brios das lideranças presentes
As lideranças então se colocaram pela manutenção do diálogo com o
conselho da Unifesp e coube ao Padre Ticão, lembrar que apesar da
reivindicação aglutinar milhares de pessoas que não aceitariam
passivamente uma negativa, as negociações se dariam sempre no plano das
ideias e dos diálogos.
Secundados por diversas lideranças que se
manifestaram no dia, Ticão lembrava que eram as condições objetivas da
região, conforme revelado os diversos índices oficiais a respeito da
qualidade de vida e das enormes carências da região mais populosa da
cidade os principais argumentos a favor da legitimidade da reivindicação
pela universidade.
“Com 4 milhões de pessoas e uma região da cidade
onde é possível formas de desenvolvimento sustentável, não é possível
não compreender a importância da região. Basta comparar com qualquer
outra região do país”, alegaram alguns que argumentaram dessa forma não
por desmerecimento de outras localidades, mas, sim, por uma questão de
justiça e estratégia. Houve ainda quem lembrasse de que os recursos são
sempre por obra e graça dos impostos que toda a população paga,
incluindo ai os milhares de moradores da zona Leste.
Durante aquele
debate foi confirmado que o Padre Ticão – havia sido convidado pelo
conselho para uma reunião nos próximos dias. Segundo Ticão ele lá
estaria para de forma negociada argumentar com os conselheiros por uma
decisão favorável a essa demanda que dificilmente sairá da pauta da zona
leste daqui para frente.
Não só compareceu como, em conjunto com
outras entidades como o FDZL e de alguns parlamentares, manteve a chama
acesa com diálogos e mobilizações durante todo esse período até esse
desdobramento quase final.
É disso que se trata. A luta pela
implantação da universidade federal na zona Leste tem muitos pais e
mães, mas um exame detalhado vai revelar que foi a mobilização popular e
o esforço de lideranças sem mandato parlamentar que deu vida ao
rebento.
J. de Mendonça Neto, jornalista e membro do FDZL
sábado, 14 de julho de 2012
DIRETORIA DO FÓRUM PARA O DESENVOLVIMENTO DA ZONA LESTE DISCUTE PRÓXIMA ELEIÇÃO
Na última terça-feira, dia 10 de julho, diretores do Fórum para o Desenvolvimento da Zona Leste estiveram reunidos na sede desta Entidade, no bairro da Cidade Líder, em Itaquera, para discutir os procedimentos para a renovação da diretoria. A discussão foi iniciada com um breve balanço das atividades desenvolvidas tanto pelo Conselho de Administração, através de seu presidente, Antonio Gomes dos Santos, como por alguns dos Grupos de Trabalho representados no encontro, como os de Meio Ambiente, Segurança e Educação, por exemplo. Foi relatada a parceria desenvolvida com Universidades da região e o incremento das atividades de comunicação. Todos elogiaram a atuação do presidente Antonio Gomes neste mandato que se encerra. Gerry Conforto, Diretor do GT de Segurança também enalteceu o trabalho desenvolvido pelo Gomes, na presidência, defendendo que o próximo mandato seja mais marcado pela presença feminina na administração central do Fórum. Confiante quanto ao futuro da Entidade, um de seus fundadores e principal idealizador, o empresário Claudio Grineberg, da CIESP, defendeu a atuação articuladora do Fórum junto às demais instituições que atuam na região. A importância institucional do Fórum também foi ressaltada pela empresária Fátima Marinera.
O Jornalista José de Mendonça Neto encaminhou a proposta de que os vários ativistas ligados ao Fórum, além das lutas específicas que conduzem nas suas respectivas entidades de origem, centralizassem seus esforços em bandeiras unificadoras. Já o empresário Eduardo Pinheiro lembrou a necessidade de aumentar a pressão pela continuidade das obras que estão, no momento, paralisadas. Ângelo Iervolino, outro pioneiro do Fórum, discorreu sobre o trabalho realizado pelo GT do Meio Ambiente, coordenado pela Delaine, que também apresentou relato das ações desenvolvidas nesta área. Na reunião também esteve presente do Arquiteto Fernando Simas, integrante da Câmara dos Dirigentes Lojistas e do Movimento Nossa Itaquera. Por fim, Claudio Grineberg, Presidente do Conselho Consultivo do Fórum, anunciou a próxima convocação dos conselheiros para proceder a eleição da nova diretoria.
Artigo de Valter Almeida - Diretor de Educação do FDZL
Fotos - J.Gerry Conforto - Diretor de Segurança do FDZL
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